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    Sorriso 197




    Eu ia pra Cuiabá, de lá direto pra Brasília e depois talvez Curitiba com possibilidades de Manaus. Semana corrida e assim sai de casa. Voando antes de pegar o voo.
    Ouvi de longe a canção bem executada e cantada num sotaque próprio.
    When i step into the light, my arms are open wide…”
    Lá estava o cara sentado na calçada cantando a plenos pulmões Dave Matthews com uma qualidade e vontade de com certeza fazer inveja ao próprio. Sentado no meio fio, aproveitando a nesga de sol, completamente a vontade... E nem eram dez da matina.
    Acho que em 1998 conheci o Dave numa dessas garimpagens de MTV. No horário diurno ou comercial muita coisa ruim tocava, pelo menos pra mim, ou mais do mesmo.
    Bom mesmo era cedinho ou na madrugada, quando alguma boa alma da emissora colocava sequencias e mais sequencias de clipes que nunca chegavam à programação. Numa dessas vi o bom clipe de “So Much To Say”.
    E vi, que assim como eu, a boa alma também curtia pois dia sim dia não o clipe repetia. Pré torrents, época complicada quando o mundo eram várias ilhas.
    E dias depois, vendo outro clipe, agora de “Crash in to me” que me fascinei.
    Gastei uma grana que não tinha num CD importado do cara na loja mais cara do Brasil, na época, a falecida Modern Sound. Descobri que ele já tinha dois CDs e comprei o segundo pelas músicas que já conhecia.
    Cada audição do CD era uma pequena viagem a um mundo melhor. Depois consegui o primeiro, o do Carrossel na capa e numa sorte imensa achei no Norte Shopping perdido nas Lojas Americanas, um duplo ao vivo.
    Viciei. Ouvia muito, dividia entre amigos e compartilhava minha nova cachaça.
    Anos depois, um pouco depois do lançamento do seu terceiro CD de estúdio, em 1996, um show foi anunciado no falecido Free Jazz.
    Grande expectativa, e após um grande show de um cara desconhecido, um tal de Ben Harper, Dave entra no palco. Duas horas de show e achei chato demais. E estava tudo lá, os hits, as músicas, a banda, a voz... Mas foi chato a beça.
    Passados alguns anos dei nova chance ao Dave num Rock in Rio, acho que em 2001. Estava lá eu, Dave e mais umas 200 mil pessoas e... Chato de novo.
    Não sei se era a sensação de que no palco se divertia-se mais que na plateia, não sei se algum tipo de inveja, mas não me curti de novo.
    Brigamos. Depois dali ouvi muito pouco dele, faixas novas passaram a não me interessar.
    De volta ao presente terminei as viagens e a vida deu um sossego.
    E reencontrei o Mike, com seu sotaque não poderia ter outro nome, ali sentado, viola em punho, sorriso aberto e a mesma canção:
    “When I'm walking by the water, come up through my toes…
    To my ankles, to my head, to my soul and I'm blown away!”
    E do nada, claro que não do nada, a melodia voltou a me fascinar. Dizia muito de mim aquilo tudo. E hoje escrevendo que percebo quanto tempo faz tudo isso. E como eu e Dave estamos mudados.
    Talvez seja isso. Uma pausa, um tempo, umas férias e você acaba descobrindo aquela velha harmonia de uma forma diferente.
    Eu e Dave fizemos as pazes.


    ps.: Trilha do sorriso: http://www.youtube.com/watch?v=JAdxM2pA7LU

    2 sorriram também:

    1. Me lembro de você chegar no trabalho e me chamar: "Escuta isso aqui" e eu fiquei fascinado com Two Step... Obrigado por me apresentar e mais uma vez um belo texto prum sorriso franco!

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