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    Sorriso 194




    Depois de jogar aquelas ideias todas pro ar precisava dar uma volta.
    Embates criativos são assim. Como mergulho, apneia e depois voltar à tona. Nadar um pouco.
    Me despedi do bom amigo numa esquina ali do Leblon e fui caminhar.
    É interessante notar, não sei se isso acontece com todo mundo que cria, mas saber que a ideia está ali, pronta, só pegar dentro da cabeça, mas você não sabe onde pra mim é fascinante.
    Neste comentos caminho. Às vezes caminho muito.
    Fone nos ouvidos, olhar no mundo e deixo a cabeça trabalhar sozinha.
    Me ocupo de outras coisas para não atrapalha-la.
    Só no Leblon você vê as amigas tomando espumante, na varandinha irregular do restaurante chique, às quatro da tarde. Como se fosse L.A.
    Só no Leblon você vê aquela atriz que não lembro o nome disfarçando para não ser notada. Mal sabe ela que nessa cidade ninguém nota.  E quando nota finge que não.
    Só no Leblon você vê o moço vendendo picolé caseiro, numa barraquinha modesta, e olhar feliz. Opa, peraí, tem mais que isso. Tem bolo de laranja com açúcar por cima. Entendeu né?
    - Moço, quanto é o bolo?
    - Laranja ou banana?
    - Laranja.
    - Três reais.
    Preço Leblon. Justo. Pedi duas.
    - Quero ver se é bom mesmo...
    - Primeira vez?
    Me senti na porta de uma casa de tolerância. Ele sorriu. E completou.
    - Mais um freguês garantido...
    Tive que rir junto da ousadia.
    - O senhor que faz?
    - Não, minha mulher faz e eu faço o picolé.
    Mais tarde, na verdade bem mais tarde, durante a madrugada insone, devorei aquele delicioso bolo com café com leite morno. Lembrei então do seu Adriano, que há mais de 30 anos vende aquelas fatias de felicidade numa rua do Leblon.
    E de como ele, de uma forma doce, conquistou mais um cliente. 

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